sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Divaga(R)ndo


Como diria meu caro, de sorriso fácil e barato, Sidney, resolvi divagar devagar nas minhas divagações. Pressão tamanha sobre a cicatriz deixada n’alma que por um instante achei que tudo se romperia e sangue se misturaria a pedaços de dor. Depois de pouca aprendizagem e muitos erros é possível começar a viver.
Nunca entendi perfeitamente a semântica do dito: "A vida é dura". Hoje, depois de escutar da sabedoria madura, começo a pensar nas possibilidades significativas que carrega o termo. A vida pode ser tranqüilamente dura ou duramente dura, mas por certo jamais deixará sua dureza concreta e impenetrável. Questiono a utilização do verbo “ser”, faço isto porque penso que a vida não é; a vida está. Eis a epifania misteriosa - a vida não tem mistério, é contínua (e continua), cruel e amável...é oximoricamente morte - o estar leva consigo a semântica do indizível. É um estado sem interrupção; um estado em que o coma não tem vez, tampouco a depressão (essa tal que muitos fingem não experimentar certos devaneios de alegria).
Foi relendo "Venha ver o pôr do sol" que me fiz ainda mais pensante...enxergar que "a beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da tarde, está no crepúsculo, nesse meio-tom, nessa ambigüidade" é encarnar a vida desse modo melancólico e doído. Ricardo era só mais um que vivia em sua dor doida e doída e mostrou categoricamente a Rachel como se encaixar nesse estado eterno de instabilidade.
Então agora tento me dizer do estado vital, como estou, porque não sou mais, se há um segundo, um incrível segundo, atravessei uma significante mudança: a do estar. Se estou indo, não posso falar. Afinal não tenho destino no momento. Então estou. Não sabendo exatamente em que esta(R)do. Provavelmente amanhã criarei novas essências para continuar estando.

sábado, 4 de outubro de 2008


“Ah! quem há de exprimir, alma impotente e escrava, o que a boca não diz, o que a mão não escreve?”, assim Bilac nos inspira: Quem há de exprimir o que se sente, o que quase não se fala? As palavras que como larvas que saltam para dentro da vida, por vezes se mantêm contidas no escuro ralo da garganta; às vezes “Abrasam-nos o ouvido e entram-nos pelo peito: ficam no coração, numa inércia assassina, imóveis e imortais, como pedras geladas” e como são difíceis de pensá-las no tom certo e quase impossível de harmonizar-se com as que vêm de outros timbres. Eis o mistério do equilíbrio: encontrar harmonia na canção do dia! Alguns não percebem o que está diante dos seus olhos e o que na superfície textual é mera insignificância acaba jogado na gaveta da escrivaninha ou do esquecimento. A problemática não é apenas achar o certo, mas conseguir que a canção seja tocada na hora, tom e ritmo recíprocos. E como saber quando acontece? Faze como o próprio Bilac faz com as estrelas: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas".

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Indiferença que difere

Ela não faz
não olha
pára, respira
Ela pensa
silencia
Silenciosamente maltrata
Ela maltrata
Ela cala
Novamente silencia e um pouco mais cala
Ela ouve, ouve muito
Com cautela...
Ela é cordial
Ela vai
Ela foi
Ela chora

domingo, 28 de setembro de 2008

(A Marcito)
















Sinto tanto essa falta que às vezes a dor me arranca o peito!
De vez em sempre lembro dEle e dos fragmentos de conversas.
Se a única coisa a fazer é tocar um tango argentino
Então espumo na gaita das lembranças...

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Pressão Pressão Pressão
Pressão Pressão Pressão
Pressão Perdão Pressão
Pressão Balão Pressão
Pressão ... _________________
Um dia, perdoando, o Balão estoura!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

(Des)invente

Não pintes o cabelo para brilhar como o sol
Não cantes nem dances a música que a vida toca
Componha a sonata do devaneio
Seja um eu sozinho acompanhado de você