sexta-feira, 26 de agosto de 2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

Quando as lágrimas não falam mais

               Depois das duas semanas previstas de paz com minha mãe, chegou o dia da gastrite. É isso, nunca mais tinha tido gastrite, mas hoje, às duas da manhã, sinto as fortes pontadas no estômago avisando que há algo de errado. Acabamos de terminar uma longa discussão que começou às nove e meia da noite de ontem. Dessa vez, meu pai conseguiu ser mais ativo, concordava quando eu falava algo e chegou a dizer de sua própria boca que minha mãe necessitava de um psiquiatra.

              A briga foi o de sempre, agressões de todas as partes e, mesmo conosco dizendo que todos os amigos e familiares acreditam que ela precisa de ajuda, ela não acredita; disse que os loucos somos nós.

              Por alguns momentos eu me sentia cansada, imaginando não adiantar de nada discutir. Depois sentia vontade de dizer o quanto as atitudes dela estão fazendo mal a todos que a rodeiam. Parece que hoje dei a cartada final, até com meus pensamentos, falei que se ela não for ao médico eu sairei de casa, porque estou começando a me desequilibrar.

             É difícil escrever isso, mas em alguns momentos choro, tremo, perco o controle do meu próprio corpo, é terrível. Não há como descrever o que se passa por minha mente em um momento de conflito. O fato é que não há paz.

             Imaginem só que hoje ela repetiu diversas vezes que iria se matar, que pularia de um lugar que seria necessário um esforço imenso para recolher seus pedaços para por no caixão. Pense no que é uma filha escutar isso da mãe, depois dela ter se pendurando em fios elétricos para encenar uma tentativa de suicídio. Encenar porque minutos depois ela diz saber que um choque não mata ninguém.

            Minutos depois meu pai diz que se ela quer se matar fale à minha avó, porque se a ela a pôs no mundo deveria ser a primeira a saber. Minha mãe estava tão fora de si que aceitou ir às 2 da manhã para a casa da minha avó (uma senhora de 83 anos que luta contra um câncer no útero já desenganado pelos médicos) dizer que iria se matar.

             Eu já não agüentando mais chorar, escrevo, porque esse é meu meio de não enlouquecer. Talvez um meio de descobrir que atitude EU deverei tomar. Escrevo para não mais chorar. Quando as lágrimas não falam mais, as palavras o fazem por elas!

sexta-feira, 11 de março de 2011

de ontem para hoje

10/03


        É impressão minha ou sou a única pessoa indecisa no mundo? Diante das circunstâncias em que minha vida se encontra, tenho duas possibilidades (sempre o dilema do “to be or not to be”): ou fico em casa e enfrento os distúrbios que minha mãe continuará tendo ou vou para João Pessoa (uma cidade da qual não gosto) dividir apartamento com 3 meninas (das quais conheço apenas uma) e enfrento uma nova vida. A segunda opção parece mais tentadora. Tem coisa melhor que a liberdade longe dos pais? ERRADO. Já vivi o que seria o novo, dividir apartamento não é a 8ª, nem a 7ª, nem nenhuma maravilha do mundo. Os que acompanharam minhas aventuras com baratas, escorpiões, sujeira, buracos misteriosos no chão, pessoas folgadas e, sobretudo, pessoas sem caráter, entendem bem o que quero dizer. Se você pensa um dia em dividir apartamento esteja preparad@ para tudo e isso demanda uma maturidade que de fato eu não cheguei a adquirir na minha última experiência. Isso me faz voltar à questão inicial e reperguntar: o que será melhor para mim?

          Pensando na primeira possibilidade, eu repenso no quanto está sendo difícil ficar trancada no quarto, evitando a presença da minha mãe, alimentando o medo de me afastar mais ainda dela. Por mais que eu ouça conselhos para tentar me reaproximar, meu coração está travado de mágoa e não é uma chateação qualquer, é uma mágoa acumulada de anos e anos.

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11/03

            Hoje parece que tivemos um progresso. Ela bateu à porta do meu quarto e me pediu desculpas. Tive que ser dura para não chorar (e consegui!!!!). Expliquei que o mundo não gira em torno dela e que ela precisa de ajuda médica. Por quase uma hora me escutando (e isso é um milagre, porque quem a conhece sabe o quanto ela nunca deixa ninguém falar) ela ‘admitiu’ que precisa de ajuda (e seus olhos não escondiam que ela estava fazendo isso para eu não sair de casa).

          Talvez essa não seja a melhor forma de receber ajuda, mas algumas pessoas só veem a necessidade do outro quando têm um choque de realidade. Para ela a coisa mais difícil do mundo é me perder e hoje ela viu que isso estava por um fio.

           Não estou feliz por completo, porque levá-la a um psicólogo é apenas o primeiro passo. Mas acredito que agora as coisas podem melhorar, porque a vida não é feita só de tristeza e cabe a nós descobrirmos como transformar essa tristeza em um ingrediente para os momentos felizes.

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         Agora, estou sem saber bem o que fazer em relação à moradia de amanhã. Só para variar estou em dúvida e estar indecisa é um ponto fraco que preciso trabalhar.

terça-feira, 8 de março de 2011

Do seu amor

           Quando era pequena já tive um diário, acho que escrevia minhas angústias infantis, mas nada muito profundo. Sempre fui de guardar o profundo nos pensamentos e deixar com que ele se perca por aí...
          De fato, no exato momento passo por problemas de ordem familiar. Creio que como tudo na minha infância, minhas angústias atuais se centram na minha mãe. Às vezes, por volta dos 5 anos, quando ela conversava na cozinha com as amigas e eu estava 'esquecida em meu mundo' no quarto, eu me jogava da cama fazendo bastante barulho para ver se isso lhe chamava a atenção. De fato (se ela escutava) não havia retorno, então eu ia até a cozinha e dizia: "Mainha, cai da cama" e não me lembro de ainda assim ter sua atenção.
          Aos 9 anos fiz meu primeiro poema (mantive um caderno de poemas por um tempo que não sei onde foi parar). O poema era mais ou menos assim:

Eu deito na cama e fico pensando
O que é que será o meu grande sonho?
Será uma lágrima ou uma risada?
Será um pesadelo ou um conto de fadas?
Eu penso tanto que acabo dormindo
E no outro dia já é domingo
(....)
Penso em quantas crianças que estão sem comer
E eu como tanto até encher

Não lembro o resto, mas sei que mostrei a ela. Também não lembro de um retorno.
               A partir daí tive sobre os ombros uma pressão para ser bem sucedida nos estudos, como no poema em que Adélia diz "Tenho missão tão grave sobre os ombros e quero só vadiar". Acho que queria vadiar, mas havia sempre a voz de ordem dela que sucumbia meus desejos. Vivi na adolescência uma relação conturbada com ela. Comecei a perceber que estava sendo cobrada e não havia cumplicidade. Sonhava em ter uma amiga-mãe ou mãe-amiga para contar nos meus momentos de tristeza, mas tudo que fui criando foi uma cápsula protetora defensiva.
           Minha primeira tentativa amistosa foi para falar de meninos. Ao saber que eu havia beijado um (nunca esquecerei dessa cena), ganhei de presente de ano novo uma surra cinematográfica. Apanhei tanto que meu pai teve que intervir, também fiquei de castigo por cerca de num mês e proibida de quaisquer contatos com amigos.
         A partir desse fato começou a doutrina de: "Minha felicidade vai ser quando minha filha se formar, não arrumando homem". Interessante que, conversando com um amigo semana passada, ouvi: "Não existe mãe que fique triste com filho se casando e ainda você que já se formou duas vezes". De fato ele não conhece a minha...
          Ao fim da minha adolescência senti que se eu não me aproximasse da minha mãe, ela não o faria. Tentei. Passamos alguns anos tentando conviver em harmonia, mas sempre divergimos nas opiniões. Com o tempo fui percebendo que ela tinha um comportamento diferente das outras mães e comecei a escutar da minha família o que geralmente as mães das minhas colegas escutavam e não as filhas. As pessoas pediam paciência a mim, diziam que eu tinha uma mãe difícil de se conviver, que agia infantilmente.
         Na realidade isso acontecia. Observava que as brigas dela com meu pai eram sempre quando ela queria algo que ele não dava. Era impressionante como ela sempre conseguia...fazia zuada e ele de saco cheio dava para silenciá-la como a criança que sabe que chorando e berrando vai conseguir o que quer.
        Eu comecei a perceber que aquilo poderia não ser tão normal, comentei uma vez com meu pai, mas ele na lata: "Ela é geniosa, sempre foi assim". Pensei em procurar um médico, mas sem dinheiro era complicado. Um tempo depois passei no mestrado e fui morar em João Pessoa. Estava recebendo minha carta de morte e de alforria concomitantemente.
         Normalmente eu passava a semana em João Pessoa e aos fins de semana estava em Campina Grande. Voltava para a terra natal na expectativa de ser bem recebida, mas comecei a viver meu inferno particular. Com minha saída de casa as coisas pioraram e ela fazia de tudo para chamar mais atenção, implicava com meu pai, falava mal dos vizinhos e familiares, de mim. Eu sempre voltava para João Pessoa com uma carga negativa pesada que ela implantava a ferroadas na minha cabeça.
        A família começou a achar que minha ida tinha sido o motivo de seus surtos. Então decidi voltar para casa. As coisas só pioraram. Perdi a paciência que trabalhei para adquiri-la. Meu pai me fala em pedir separação por não suportar mais o ambiente que se instaurou na nossa casa. Sugeri novamente um médico e agora todos acreditam que ela precisa, mas ela não aceita.
          Por hora, está com raiva de mim, já tentou colocar minha avó e outras pessoas contra mim sem sucesso. Eu perdi esperanças de (re)construção de um afeto perdido pela primeira infância, estou saindo de casa mais por necessidade que por desejo, pensando em, quem-sabe-um-dia, poder voltar com a força da menininha que caia da cama porque clamava o amor da mãe.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Um poeminha

PONTEIO




Os olhos tocam primeiro,
mas as palavras por fim.


Mas as palavras repousam,
e os olhos devem seguir.



Os olhos sabem primeiro,
mas as palavras recolhem.


Mas as palavras não colhem
do campo o que os olhos colhem.


Os olhos querem o tempo,
mas as palavras já têm.


Mas nas palavras não cabe
dos olhos esse não caber.

 
Os olhos olham as palavras,
mas as palavras entoam.



Mas as palavras retornam
e os olhos nascem além.



Entre olhos e palavras
não fique ânsia ou vagar:


distâncias mudas e cegas
tocam-se, para ver cantar.


(Alcides Vilaça – Viagem de Trem)

domingo, 23 de janeiro de 2011

Baile

Tanta coisa acontecendo que esqueci de mostrar para vocês alguns momentos do meu baile de formatura. Finalmente achei o vestido que queria e a festa foi perfeita!

Aí vão algumas fotos!

Best e Analu

 
Eu e Glória. Minha tesoureira favorita!!!


 Robson e Saulo


Eu e jana
 
 
Foi uma festa perfeita, como já disse. Depois coloco a minha entrada para que todos vejam!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Esquentando

Ano passado fui ao show do ANGRA no SUNROCK Festival. Não bastasse nossa sorte de conseguir entrar na área vip no Iron por R$ 20,00, em 2009, dessa vez conseguimos entrar na área vip do show cover do IRON MAIDEN + ANGRA + SEPULTURA de graça. Isso mesmo!
Uma amiga cedeu ingressos para troca do dia anterior (Scorpions) e quando fomos trocar o ingresso arquibancada do dia anterior equivalia ao premium do dia seguinte. Eu quase surtei de alegria quando soube. Quando achei que já tinha tudo, ao final do show, além de encontrar amigos de infância, ainda consegui pegar uma das baquetas de Ricardo Confessori (batera do ANGRA).

Show do Iron

Pessoas,

Estamos pertinho de mais um show do Iron. Mais uma vez estaremos em Recife bombando com a banda.

Vai acontecer no: JOCKEY CLUB DE PERNAMBUCO – Recife
No dia: 3 de abril de 2011 - 20:00h (Domingo)
Abertura dos portões: 16:00h

Os ingressos estão à venda no site da ingresso rápido SITE: http://www.ingressorapido.com.br
PREÇOS DOS INGRESSOS:
FRONT STAGE R$300,00 (INTEIRA)
PISTA R$160,00 (INTEIRA) R$ 80,00 (MEIA)

CALL CENTER: 4003-1212 (custo de ligação local)

FORMAS DE PAGAMENTO: Todos os cartões de crédito e de débito

MAIS INFORMAÇÕES:

http://raiolazer.com.br


Iron UP!!!!!!!!!!!!!!!!!!!