segunda-feira, 28 de março de 2011

Quando as lágrimas não falam mais

               Depois das duas semanas previstas de paz com minha mãe, chegou o dia da gastrite. É isso, nunca mais tinha tido gastrite, mas hoje, às duas da manhã, sinto as fortes pontadas no estômago avisando que há algo de errado. Acabamos de terminar uma longa discussão que começou às nove e meia da noite de ontem. Dessa vez, meu pai conseguiu ser mais ativo, concordava quando eu falava algo e chegou a dizer de sua própria boca que minha mãe necessitava de um psiquiatra.

              A briga foi o de sempre, agressões de todas as partes e, mesmo conosco dizendo que todos os amigos e familiares acreditam que ela precisa de ajuda, ela não acredita; disse que os loucos somos nós.

              Por alguns momentos eu me sentia cansada, imaginando não adiantar de nada discutir. Depois sentia vontade de dizer o quanto as atitudes dela estão fazendo mal a todos que a rodeiam. Parece que hoje dei a cartada final, até com meus pensamentos, falei que se ela não for ao médico eu sairei de casa, porque estou começando a me desequilibrar.

             É difícil escrever isso, mas em alguns momentos choro, tremo, perco o controle do meu próprio corpo, é terrível. Não há como descrever o que se passa por minha mente em um momento de conflito. O fato é que não há paz.

             Imaginem só que hoje ela repetiu diversas vezes que iria se matar, que pularia de um lugar que seria necessário um esforço imenso para recolher seus pedaços para por no caixão. Pense no que é uma filha escutar isso da mãe, depois dela ter se pendurando em fios elétricos para encenar uma tentativa de suicídio. Encenar porque minutos depois ela diz saber que um choque não mata ninguém.

            Minutos depois meu pai diz que se ela quer se matar fale à minha avó, porque se a ela a pôs no mundo deveria ser a primeira a saber. Minha mãe estava tão fora de si que aceitou ir às 2 da manhã para a casa da minha avó (uma senhora de 83 anos que luta contra um câncer no útero já desenganado pelos médicos) dizer que iria se matar.

             Eu já não agüentando mais chorar, escrevo, porque esse é meu meio de não enlouquecer. Talvez um meio de descobrir que atitude EU deverei tomar. Escrevo para não mais chorar. Quando as lágrimas não falam mais, as palavras o fazem por elas!

2 comentários:

  1. A barra tá ficando pior, né, trombadinha!! Mas, tu sabe que tem pra onde correr, né? A hora que quiser. Sei que é difícil abandonar uma mãe, mas como já te disse, tem horas que a gente precisa se colocar em primeiro plano. Tente relaxar. procure coisas que te façam bem e pessoas também. Bom, como eu me enquadro aí, tô por aqui, sempre que precisar. A qualquer hora, viu? Não se envergonhe, não!! Pode contar comigo, nem que seja para chorar junto!!
    Beijo! TE AMO! Cuide-se!! Saudades!

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  2. Oi, Paloma, bom dia!!
    Li e reli com atenção.
    É essencial, fundamental, manter-se equilibrada.
    Estou à disposição para conversar: lellobandeira@hotmail.com.
    Basta adicionar ao msn.
    Um abraço carinhoso
    Leo

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