sexta-feira, 11 de março de 2011

de ontem para hoje

10/03


        É impressão minha ou sou a única pessoa indecisa no mundo? Diante das circunstâncias em que minha vida se encontra, tenho duas possibilidades (sempre o dilema do “to be or not to be”): ou fico em casa e enfrento os distúrbios que minha mãe continuará tendo ou vou para João Pessoa (uma cidade da qual não gosto) dividir apartamento com 3 meninas (das quais conheço apenas uma) e enfrento uma nova vida. A segunda opção parece mais tentadora. Tem coisa melhor que a liberdade longe dos pais? ERRADO. Já vivi o que seria o novo, dividir apartamento não é a 8ª, nem a 7ª, nem nenhuma maravilha do mundo. Os que acompanharam minhas aventuras com baratas, escorpiões, sujeira, buracos misteriosos no chão, pessoas folgadas e, sobretudo, pessoas sem caráter, entendem bem o que quero dizer. Se você pensa um dia em dividir apartamento esteja preparad@ para tudo e isso demanda uma maturidade que de fato eu não cheguei a adquirir na minha última experiência. Isso me faz voltar à questão inicial e reperguntar: o que será melhor para mim?

          Pensando na primeira possibilidade, eu repenso no quanto está sendo difícil ficar trancada no quarto, evitando a presença da minha mãe, alimentando o medo de me afastar mais ainda dela. Por mais que eu ouça conselhos para tentar me reaproximar, meu coração está travado de mágoa e não é uma chateação qualquer, é uma mágoa acumulada de anos e anos.

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11/03

            Hoje parece que tivemos um progresso. Ela bateu à porta do meu quarto e me pediu desculpas. Tive que ser dura para não chorar (e consegui!!!!). Expliquei que o mundo não gira em torno dela e que ela precisa de ajuda médica. Por quase uma hora me escutando (e isso é um milagre, porque quem a conhece sabe o quanto ela nunca deixa ninguém falar) ela ‘admitiu’ que precisa de ajuda (e seus olhos não escondiam que ela estava fazendo isso para eu não sair de casa).

          Talvez essa não seja a melhor forma de receber ajuda, mas algumas pessoas só veem a necessidade do outro quando têm um choque de realidade. Para ela a coisa mais difícil do mundo é me perder e hoje ela viu que isso estava por um fio.

           Não estou feliz por completo, porque levá-la a um psicólogo é apenas o primeiro passo. Mas acredito que agora as coisas podem melhorar, porque a vida não é feita só de tristeza e cabe a nós descobrirmos como transformar essa tristeza em um ingrediente para os momentos felizes.

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         Agora, estou sem saber bem o que fazer em relação à moradia de amanhã. Só para variar estou em dúvida e estar indecisa é um ponto fraco que preciso trabalhar.

Um comentário:

  1. As vezes é muito dificil mesmo conviver com uma pessoa em que vivem quase que em "problemas diários", sei pq já passei por isso, quer dizer ainda passo.
    Muitas vezes tenho que sair de casa para não ter que falar palavras que magoem mais ainda, mas tudo isso tem um motivo o qual tento descobrir e "ela" esconde em seu mundo que é impossivel de penetrar -*

    - Como a família é complicada :(

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