domingo, 6 de maio de 2012

Mães: nem tentem entender!

           Eu costumo pensar sobre como as mães têm ciumes dos filhos. Eu fico olhando aquelas coisinhas pequenas e chorosas que elas seguram. O tempo todo eles são cuidado delas. Anos sem dormir. No início porque a criaturinha divina só chora e requer toda a atenção do mundo. Ela alimenta de seu próprio corpo, dói o bico do peito porque a inocência morde e fere. Ainda assim ela se orgulha e se enche de amor porque alimenta, porque é capaz de ser mais de uma, ela se torna parte do filho e o filho parte dela.
          Por mera observação acredito que esta seja uma função que exige competência no sentido menos jurídico da palavra. Aliás, deveria existir licenciamento e autorização para ser mãe. Quer dizer....pensando bem, a natureza já fabrica dessas autorizações com as edições limitadas da série estéril, não é? Creio que o dedo de Deus deva ser a maquineta que priva algumas mulheres de exercer esse papel fisiológico. Ele bem sabe o porquê.
           Depois os anos sem dormir por conta do choro é previsível que os papeis se invertam. O filho fica acordado (quando sai para as festas), enquanto algumas mães chegam a chorar de preocupação (enquanto ele não chega). O discurso do 'te carreguei 9 meses na barriga' prevalece. Acho digno. Argumento válido, mais usado e mais sólido das mães para validar seu cuidado (nome meigo que elas usam para 'ciúmes'). Afinal o que é passar 9 meses vendo sua barriga numa metamorfose diária?
        Quando o filho cresce a tendência é que ele se torne um elemento autônomo na justa sociedade. Pêêên! Dois erros absurdos: 1º justa sociedade foi piada (rên), 2º um filho nunca será autônomo aos olhos de uma mãe. Para quem ainda não é mãe é mais fácil de entender a parte da sociedade nunca ser justa. Essa segunda parte parece mais complexa de interpretação. Vamos lá, lembram daqueles bichinhos virtuais que quando éramos pequenas tínhamos que alimentar, pôr para dormir, jogar 'pedra-papel-tesoura'?  Por acaso se você deixasse um diazinho sem mexer no seu bichinho ele ainda estaria vivo? Nunca! Pois então, mães se identificam com essa situação. Não importa se o bebêzinho tenha 30 anos, eles não têm autonomia. De preferência elas ainda o cobrem quando moram na mesma casa.
           Talvez você esteja pensando: "Minha mãe não faz isso". Talvez você evoluiu baby. Isso mesmo, não há como ser autônomo. No máximo filhos viram pokemons. Você sempre estará na pokebola da sua mamy. Você pode evoluir, mas sempre estará resguardado na pokebola dela. Acontece que às vezes a equipe Rocket entra em ação e aparece uma Jessie ou um James e rouba a pokebola da mamuska. Saindo das metáforas, queridos, isto demarca aquele momento em que você se borra de medo, mas tem que apresentar seu/sua namorado/a para a dona da sua vida. Nesse momento #TENSO, com direito a hashtag do twitter, você fica com o fiofó na mão. Afinal, é como se dissesse: mamãe vai rolar uma alienação fiduciária onde o bem móvel sou eu. O que a matriarca não vai entender é que obrigação ela tem com essa alienação.
            Normalmente você fica na situação 'entre a cruz e a espada'. Sua mãe passa por uma batalha que pode durar 1 dia, com ela tentando se convencer de que pode 'dividir' a guarda da pokebola e cuidar de você junto com o intruso; ou uma vida inteira (o que é beeeeeeeeeem mais comum), com ela se usando de todas as manobras para retomar seu bem mais precioso.
            Obviamente nem todas são assim, há aquelas em que fingem não ligar como tática. Essas são as mais inteligentes. Os filhos se ligam mais nas que implicam pouco, estabelecem uma relação de dependência maior. Isso me lembra a convivência com algumas mães desprovidas de racional que pude conhecer e umas poucas que eram habilidosíssimas na arte de 'fingir' que estava tudo bem. Essa conversa fica pra próxima...
             No fundo no fundo, mesmo não sendo mãe, entendo essa coisa toda dos ciúmes. Elas têm o direito de opinar, de se sentirem donas. Afinal, foram 9 longos meses dentro das suas barriguinhas...

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